ONDE ESTOU?

 

Estou eu vagando em meu eu semi-real, semi-imaginário, aquele que secreta a minha alma e os meus sentidos?

Estou eu retornando a um corpo de símbolos e imagens, em um contexto de projeções fictícias e sem alicerces?

Estou eu perdida em pensamentos, revendo meus instintos, estruturando minha intimidade, desorientando minhas emoções?

Estou eu desencarnada de preconceitos, desorganizada entre fatos variados do coração e da mente?

Estou eu imergida em experiências projetadas, ligadas em uma relação de identificação e reflexão em meu espelho?

Estou eu estasiada em meu corpo invisível, que através dos tempos de provocações e perdas se reergueu?

Estou eu envolta por um sistema de atitudes efetivas e intelectuais buscando clarear aspectos internos difusos?

Estou eu repleta de saberes e sensibilidades que me estimulam a alcançar a mais fina sutileza?

Estou eu polarizando minha personalidade, me permitindo trocas espirituais resultantes em minha valorização carnal?

Percebo que estar em um estado estadista de mim mesma, me faz questionar toda uma cultura de anseios e desejos.

Aqui eu sou um ser terreno que quer ter um espectro salvador, sem parecer sonhadora.